segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Carpe Diem





Só quero fazer uma desabafo. 

Toda minha vida foi muito correta, mãe boa que me protegia demais, não me permitia sair muito de casa, escola concluída com facilidade, direto pra faculdade com 18 anos, formado aos 21, com 23 comecei a estudar pra concurso, e já em 2014 passei em um concurso com salário superior à 10k, onde estou agora, com ap próprio, carro de mais de 100k (chimpisse, mas ok). Tive minha fase de ir pro mundo e festas, pegar mulheres, namorei uma vez, com 21 anos, mas foi pouco tempo, uns 8 meses, não tenho muita dificuldade com mulheres, pra pegar ao menos não, mas não consigo manter por muito tempo. Porém sempre fui uma pessoa introvertida, e que sem estar bebendo sou chato, falo pouco, tenho dificuldade de me entrosar. 

Nos último 3 anos eu passei "neutro", sem ter nenhum sentimento de paixão por mulher, ou solidão, porém de uns 4 meses pra cá, quando me mudei e passei a morar sozinho e quando fui chamado nesse órgão onde passei no concurso em 2014, comecei a me sentir muito carente, solitário, me apaixonando por qualquer mulher que me desse a mínima atenção. É como se a minha vida estivesse quase que 100% definida, sinto como quando se zera um jogo, depois perde a graça continuar jogando.

Em janeiro de 2018 conheci uma mulher, 26 anos. O jeito que ela me olhava me cativou, muito simpática, era uma moça cheia de vida, viaja bastante, tem vários amigos, não tem dificuldade de conhecer pessoas novas, está sempre de bem com a vida, me contou de várias vezes que simplesmente viajou sozinha, fica em hostel, cheia de histórias pra contar, pode até não ter dinheiro, mas nada prende ela no lugar ou pessoa, ela é a definição perfeita de Carpe Diem. O instagram dela é cheio de fotos em lugares diferentes e com pessoas diferentes. A relação que mantive com ela não faz diferença, transamos algumas vezes e nem foi tão bom, não tenho nenhuma intenção de ter algo com ela nem estou apaixonado.

Eu nunca gostei desse estilo de vida, pois nossa juventude dura pouco e depois dos trinta já não é mais sustentável viver assim, e o que sobra é trabalhar em subempregos e passar dificuldade até o resto da vida, ou dependendo dos outros e sofrendo humilhações.

Porém convivendo com essa menina, acabei comparando com minha vida e ficando muito mal. Logo ela largará tudo na minha cidade e vai morar na Europa com um cara que ela mal conhece, e se não der certo ela volta e azar. E eu fiquei pensando, eu vou passar o resto da vida aqui, na mesma cidade que nasci, no máximo tirando algumas férias uma vez por ano, fazendo todos os dias as mesmas coisas, vendo as mesmas pessoas, assistindo algumas séries bostas, fazendo academia, indo nos mesmo lugares pra beber fim de semana, com as mesmas pessoas.

Eu sei que eu deveria estar feliz com a minha situação, um trabalho fácil que paga muito bem, ap próprio, carro bom, boa família, bons amigos, mas não estou feliz. Será que uma namorada me ajudaria a me tirar da rotina e da "depressão", ou talvez alguns hobbies pra ocupar minha cabeça?